Marcelo Toscanelli, foi acusado de liderar rede de jogo online ilegal através do Aconcagua Poker, um site de poker online registrado no Brasil.
No passado mês de novembro, o ex-futebolista Marcelo Toscanelli, de 57 anos, foi acusado pelas autoridades de estar envolvido em uma rede milionária de jogos online ilegais.
De acordo com a investigação, Toscanelli, foi apontado como um dos líderes da rede de jogos online ilegais que, só nos primeiros dois meses da pandemia, arrecadou 100 bilhões de pesos (cerca de R$ 6 bilhões).
Envolvidos na rede ilegal estão ainda mais 16 pessoas, incluindo seu sócio, o empresário Fabrício Eduardo Ciamporcero, de 45 anos.
Quem é Marcelo Toscanelli
Marcelo Toscanelli, chegou ao Rosário Central em 1982,foi meio-campista e zagueiro centrar, e fez parte da história do time, levando o Rosário Central à primeira divisão Argentina em 1985 e sendo campeão do torneio na temporada seguinte.
Atualmente, a realidade do ex-futebolista é bem diferente, trabalhando como contabilista.
Acusações com base na Lei Provincial 11998
Na Argentina a regulamentação de jogos de azar é feita por cada província. Das 24 províncias, 9 têm jogos online regulamentados e em operação. Em três outras províncias o jogo online está regulamentado, mas sem operação.
No caso, as diretrizes de jogo online na Argentina podem mudar de acordo com a província em questão. O que pode ser legar em determinada parte do país, pode ser ilegal em outra.
Em Santa Fé, província onde o jogador é acusado de cometer os crimes, o jogo online não é permitido. De acordo com a Lei Provincial 11998 em vigor, apenas são autorizados “cassinos e salas de bingo presenciais ou físicos”.
Além disso, em setembro do ano passado, o governador Omar Perotti concedeu a administração do jogo online às empresas que administram os três cassinos físicos da província por um período de 15 anos por meio do Decreto 988/20. Ainda em novembro, o Tribunal de Contas da Província fez uma observação ao decreto declarando que “o Poder Executivo não tem competência para autorizar o desenvolvimento da atividade emitindo norma inferior”.
Organização de jogos ilegais online em site brasileiro Aconcagua Poker
Em dezembro de 2019 os promotores deram inicio a uma investigação aprofundada sobre Toscanelli, seu sócio Ciamporcero e o site brasileiro Aconcagua Poker, que opera legalmente no Brasil com licença de registro na Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) desde 2018, e também começou a operar legalmente em Espanha no ano passado.
Apesar do Aconcagua Poker ser legal no Brasil e em Espanha, este tipo de atividade é considerada ilegal em Santa Fé.
No decorrer da investigação, foi apurado que o Aconcagua Poker se destinava a captar apostas de um número indeterminado de pessoas, sem autorização do órgão competente em Santa Fé.
Na sequência da investigação e das ligações a essa página de jogo, por parte do Orgão de Investigação e do Ministério Público, em novembro de 2020 foram realizadas 40 buscas com 16 detidos, entre eles Ciamporcero, dois policiais e um funcionário do Serviço Penitenciário.
O objetivo das buscas realizadas era localizar os envolvidos locais a quem eram distribuídas senhas para jogar e que recebiam os lucros e depois procediam à lavagem de dinheiro.
De acordo com a investigação do promotor responsável, das buscas em Rosário, destacou-se a de um estúdio em um prédio de Puerto Nobre, onde se calcula que tenham sido lavados bens obtidos por meio de jogos clandestinos.
Marcelo Toscanelli em prisão preventiva
No início mês de novembro o ex-futebolista alegou por carta que tinha intenção de cooperar com as investigações, mas que devido razões de saúde graves para as quais estava em tratamento, não se poderia apresentar às autoridades.
Pouco antes do final de novembro de 2020, Toscanelli, que era considerado fugitivo pelas autoridades, se apresentou à justiça e foi detido por estar envolvido em um gangue que governa o jogo online clandestino.
O juiz criminal Martín Guana Chapero declarou legal a detenção por acusações de crimes de associação ilícita e jogos ilegais, e ordenou que Marcelo Toscanelli ficasse detido em prisão preventiva sem prazo determinado.
A defesa afirmou que o ex-futebulista tem câncer dos intestinos e que não tem condições para estar na prisão, chegando a defesa a oferecer 10 milhões de pesos como garantia para que Toscanelli não fosse detido.
Porém, face às imagens do dia 11 de novembro de 2020 onde o ex-futebolista é visto entrando nos escritórios, colocando em risco a saúde pública (por alegadamente estar infetado com covid-19) deixou algumas dúvidas se ele realmente estava com covid ou se o certificado de doença apresentado teria sido apenas uma desculpa para não comparecer.
O promotor Maglier censurou Toscanelli por ter permanecido “foragido entre 11 a 26 de novembro”, demonstrando que a sua liberdade poderia por em causa a investigação, ou até mesmo originar uma fuga. Face aos fatos, o juiz concordou em manter o ex-futebolista em prisão preventiva.
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